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Foto: Reprodução/Globo 58643o
Anderson Rafael Hasse, preso por sequestrar a própria filha de 8 anos em Santa Catarina, foi solto após 62 dias de prisão no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua defesa na noite da última quinta-feira (22). Ele havia se entregado à polícia em 20 de março, após permanecer foragido desde o início do mês.
O desaparecimento da criança começou em 1º de março, quando pai e filha foram vistos pela última vez em Ilhota, no Vale do Itajaí. Segundo o advogado de Hasse, Paulo Ascenção, a motivação do sequestro teria sido o temor de que a menina estivesse sendo vítima de abuso sexual por parte de um familiar — fato que está sendo investigado pela polícia.
“Errei, sim, mas foi um erro movido pelo desespero, tentando proteger minha filha. Agora, solto, conseguimos conversar com calma e apresentar as provas”, afirmou Anderson em um vídeo divulgado ao lado do advogado.
O pai relatou que sua atitude foi tomada após relatos da própria filha sobre supostos abusos. Após ser localizada, a menina ficou por duas semanas em um abrigo no Rio de Janeiro e, em abril, retornou para a casa da mãe.
Investigação sob sigilo
O inquérito que apura a conduta de Hasse já foi concluído pela Polícia Civil, mas o conteúdo não foi divulgado. O Ministério Público e o Judiciário também optaram pelo silêncio, uma vez que o caso envolve uma menor de idade e corre em segredo de Justiça.
Plano de fuga foi premeditado
Durante as investigações, foi constatado que Hasse teria planejado a fuga com a filha por pelo menos três meses. Amigos e familiares relataram à polícia que ele comentou sobre a ideia, mas muitos não acreditaram que ele fosse realmente colocá-la em prática.
Para executar o plano, o homem vendeu o próprio carro, equipamentos musicais e ainda fez um empréstimo bancário. Ao todo, ele teria reunido mais de R$ 60 mil para sustentar a fuga, valor que foi retirado de suas contas bancárias.
Como aconteceu a fuga
No dia do desaparecimento, Hasse e a filha foram deixados por um motorista de aplicativo no Morro do Baú, em Ilhota, carregando malas e instrumentos musicais. Na ocasião, disse ao motorista que um amigo o buscaria para levá-lo até Blumenau, de onde seguiria com colegas para ar o carnaval em Piratuba, no Oeste do estado. A Polícia Civil apurou, no entanto, que os colegas negaram qualquer viagem planejada.
Agora em liberdade, o pai aguarda os desdobramentos do caso na Justiça e afirma estar disposto a colaborar com todas as investigações.